DÍÁRIO DO AP - CAPÍTULO 31



CAPÍTULO 31


Mais um fim de semana com chuva, hoje, 28/02/11. O tempo esta muito fechado. Como cada dia é diferente do outro, certamente estes será completamente diferente de todos. Engraçado quando se pense nisso, cada dia é diferente, mesmo. Assim, se faz o tempero da vida. Podemos simplificar a vida ou complicá-la é quando perdemos ou encontramos a pitada certa do gosto, do paladar de viver. Passei a misturar as opções da vida, sem me preocupar com o resultado do paladar. Mas é como se diz: quando se vive e se faz com prazer tudo fica melhor. Procurar não levar a vida tão a sério amenizar as coisas. Estou falando do grande rio de preocupações que deságua no cotidiano da nossa existência. Tem momento que a verdade é muito delicada, mas, não temos como nos esconder da realidade.  Sabemos das dificuldades da vida, temos que lutar para encontrar a solução adequada. A vida não precisa ser tão complicada como enxergamos. Precisamos atravessar as turbulências sem nos aguardar como o último pedaço de barco boiando. Não podemos evitar os contratempos, mas, podemos transformá-los como ferramentas para reagirmos, a fim de contornarmos os desafios. Acabamos nos encolhendo nos cantos da parede da vida. O paredão logo aparece se transformando em local de fuzilamento das nossas atitudes. Ficamos acuados e a execução é fatal. Temos que nos libertar de tudo que impede a nossa felicidade. A alegria são pingos dourados rolando na face da pétala da flor do dia. A felicidade é momento único, monumento que podemos criar todos os dias, depende da mão do nosso sorriso. O que não podemos controlar, só há uma saída: aguardar a conclusão dos fatos. Sofrer por nada acontecido, apenas pelo que pode acontecer é desperdiço de vida. O resultado será a soma do que esta plantado.
  
Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR


CAPÍTULO 30


Bom dia para essa quarta-feira – 25/02/04 - de cinzas com tempo chuvoso. O AP esta acolhedor, o dia encoberto nos faz ficar mais tranqüilos, menos agitados. Há a necessidade de nos entregar em pensamentos. O rádio toca uma música que me faz viajar para um bom momento da vida, que bom. Fui caminhar com a Carla na Lagoa. A chuva foi legal comigo e pude caminhar tranquilamente. O dia ficou assim mesmo, caindo uma garoa. Aproveitei para dar uma arrumada no AP. Amanhã volto ao trabalho, valeu estes dias de carnaval, descansei bastante. Estou escrevendo cartas para o nordeste, onde passei as férias. São pessoas queridas que a amizade abraçou. Seria bom trazer o computador para o AP. Nesse dias escrevi o texto a seguir:

TEMPO CHUVOSO, mas esta acolhedor. Dia encoberto nos faz ficar mais tranqüilos. Entregamo-nos em pensamentos. Escuta-se a música e viajamos a outros tempos, outros momentos, que guardamos no tablado da saudade. A chuva passa a ser parceira de um dia agradável, dia acolhedor com gosto de paz. Nada como a paz. Arruma-se o armário do coração, enquanto a chuva rega o jardim da vida. Amanhã talvez ela pare e o sol reinará no jardim regado, nutrido de vida. Assim, é a nossa vida, temos dias de chuva e de sol, temporais e secas São os poucos minutos que mudam a vida, pois são as oportunidades pequenas que fazem a diferença para o restante da vida.

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.

CAPÍTULO 29

Terça-feira de carnaval, 24/02/04, o tempo esta encoberto, no momento não esta chovendo. Aproveitando fui dar minha caminhada. A Lagoa - Rodrigo de Freitas – estava tranqüila, pouca gente desfrutando de tanta beleza. Fico sempre admirando os detalhes encantadores deste lugar. Cada vez encontro outras belezas. Aqui no meu querido AP tudo é felicidade, sinto-me cada vez mais fazendo parte desse pequeno espaço. O rádio esta tocando e a música transporta-me para lugares diferentes. Fui buscar a Carla e resolvemos dar uma passada na praia de Ipanema, apesar do tempo não esta ajudando. A noite foi muita chuva, entrando pela madrugada. Quanta coisa penso em um dia. Quanto tenho a viver e conhecer da vida. Estive examinando alguns pontos e verifiquei na minha cabeça muito lixo, desse que não serve nem para reciclar. Devíamos jogar parte desse lixo mental e a outra parte tentar reciclar. Todo o dia trocamos de roupa, escovamos os dentes, tomamos banho, ficamos limpinhos, sem sujeira. Aparentamos pessoas civilizadas, total higiene externa. Contudo, o lixo mental esta a comprometer a nossa existência. É a luta travada no correr dos dias. Quantos pensamentos ruins, afastando-nos de sermos autênticos, puros, amigos e coerentes. Estamos com o cérebro amontoado de pensamentos mesquinhos. Leva-nos aos cantos mais empoeirados das lembranças. São lembranças tristes, são mutilações de tempos vividos. Guardamos a dor há anos a nos consumir ao extremo das desilusões sofridas. Este é um lixo mental, devemos detoná-lo da poeira dos guardados. São coisas acontecidas que nos fazem mal e estamos carregando há muito tempo. Muitas vezes são lembranças guardadas apenas por nós, ninguém conhece. Isso nos faz sofrer por coisas perdidas e mortas, mas, estão vivas como fantasmas a atormentar a vida. Deixemos para trás o mal a nos assombrar, pois só a nós atormenta.


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.


CAPÍTULO 28

Estive aqui ontem – hoje, 09/11/03 – mais não deu tempo de escrever. Foi um sábado muito agradável. A Carla esta aqui aproveitando um final de semana. A praia de Ipanema estava cheia, o tempo para surpresa de todos, ficou bom, sol forte. Colocamos o papo em dia, falamos sobre a incoerência das pessoas. Vivo aprendendo sobre esse assunto, porque o ser humano é confuso, tem gente que muda de atitude de uma hora para outra. Falta, atualmente, a tal coerência. Faz me lembrar: Na vida devemos refletir sobre as nossas atitudes, para que os elos desses dias se tornem o conjunto da construção da nossa coerência. Parecem construções sem suporte, sem alicerces, desaba a qualquer instante, do nada, ou sem o nada cai tudo. Devemos cuidar de ter, na construção da nossa vida, a firmeza de saber onde estamos pisando. Não podemos viver no de repente, a vida não é um por acaso. A vida é um conjunto de atitudes, que foram forjadas no forno do dia-a-dia. Todo esse momento vivido foi aquecido pela temperatura do corpo, com sentimentos, com os batimentos do coração, não é um corpo sem alma. São vidas entrelaçadas, ligadas pela delícia de viver, ser feliz. Tudo bate, tudo tem um pulsar, é vida dentro de nós, é a felicidade a ser vivida.

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.


 CAPÍTULO 27



Um domingo – 26/10/03 - de sol, que bom! O dia foi de praia e gente por todos os lados, aproveitando o sol. Como não estou podendo correr caminhei na areia. Andei junto do mar calmo. As ondas quase não batiam na areia. Fiquei apreciando toda aquela beleza, que despencava sobre o mar de Ipanema, Arpoador e do Leblon. O céu eternamente azul, o sol que fazia magia nas espumas das ondas, deixando-as brilhando. O vento soprava um ar gostoso. Estou eu aqui escrevendo sentado na mesa de glória da escrita. Troquei o rádio temperamental, pelo radinho de corrida. Diga-se de passagem, esta dando um banho no o outro. Fico impressionado como a música exerce influência em nosso espírito. A verdade é que ela – a música - nos traz recordações, tempos vividos. Acaba colocando o pensamento em pequenos oásis de saudade. De repente aquele momento chega como se estivéssemos vivendo a lembrança. A saudade atravessa a lembrança como um meteoro. Como é bom recordar, seja com uma música, seja com uma foto. Não vivo de nostalgia, apenas gosto da felicidade que marcou o tempo, que tudo guarda. Estou eu aqui falando de assuntos diversos: praia, sol, música, o tempo que se delicia em nossa lembrança. Na verdade, tudo esta interligado com uma única coisa: a felicidade. Ela mantém plantão em nosso coração, derrama a alegria sobre as lembranças. Encontrei algo que escrevi: A felicidade derrama as noites quentes, desce pela corrente sangüínea do corpo, aquece a festa animada das emoções. A dança da alma desfila, na ponta do sorriso do coração, que brinca com a felicidade tão real das lembranças. Já estou falando demais, mas, é assim mesmo, poderia brincar com a caneta e o papel durante muito tempo. Afinal aqui é o Diário do AP, apenas uma coletânea de pensamentos, sonhos, lutas. Como tudo tem uma origem e uma conseqüência, no meu caso, foi a grande transformação da minha vida. Onde coloquei meus pensamentos em ordem, os sonhos se transformaram em realidade, as atitudes ganharam forma arrojada de vida. A coragem se alojou em meu coração; a transformação me levou para outros caminhos; a mudança foi necessária, instalou um mundo que queria viver. Aqui neste diário, uma vida se transformou. Desejo que a vida, adormecida no coração de vocês, desperte para um mundo de realizações. Que nesse NATAL a vida seja azul, como o infinito do céu, que guarda os sonhos mais belos de vocês. Torço para que eles se realizem. Que a paz banhe todos vocês, transformando as preocupações em um grande sorriso de coragem para vencê-las.

FELIZ NATAL!

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.




 
 CAPÍTULO 26

Que dia lindo, maravilhoso, céu azul, sol forte, sábado, 25/10/03. Já estive na Lagoa - Rodrigo de Freitas – dei minha caminhada, fiquei assistindo o Cristo Redentor, agradecendo os bons dias da vida. A semana foi de muito trabalho, não diferente das outras semanas. Sinto que esta na hora das férias, tem dias que estou mais cansado.  Tenho pensado nela, nas férias, como é que eu vou viajar; de avião ou de carro? Sempre quis fazer uma aventura de carro ao nordeste, mas sei lá, gosto de conforto e rapidez. Fico pensando na volta. Não sei, tenho que me decidir logo, a hora esta chegando. Mudando de assunto, a vida nos traz sempre muitas surpresas. Assim, cada dia vivido é uma emoção à parte. Garantir o entusiasmo da vida é procurar saborear os seus momentos. Vamos degustando a vida com calma, delicadamente, a certeza de estar desfrutando de um mundo brilhante, de vida fértil. Digo fértil porque, como se diz: “se plantando tudo dá”. É exatamente neste ponto que eu chego. Quando se planta a boa-semente ela germina, cresce forte, não existe praga que possa atingir a sua horta. A vida é a horta que se cuida, temos que protegê-la das pragas. Nada como um coração bem adubado, tranquilamente, colheremos frutos mais saborosos. Quando tudo se apaga, não mais reconheço a saída, não mais encontra o caminho do fim da estrada, busco o mapa da minha vida, local onde me perdi. Busco outras estradas que percorri. O conhecimento de outras estradas me faz enxergar a luz escondida, nos labirintos da vida. Tudo tem um começo, conseqüentemente, um fim. Contudo, quando estamos aflitos, as paredes que estão à nossa volta não têm portas. São labirintos sem fim! Nem sempre o que parece ser é. Toda porta tem uma maçaneta, para sairmos de um quarto temos que girá-la. A princípio parece ser simples, mas, a aflição é o modo complicador de nos deixar pensar com nitidez. Falta a busca simples de levar a mão à maçaneta. A vida torna-se um grande palco, ficamos expostos à observação dos expectadores. Procuramos, muitas vezes, satisfazer ao público, deixamos de lado a nossa realização. As janelas da nossa vida ficam expostas. As primeiras pedras atingem os vidros, logo se estilhaçam, tornam-se cacos. É quando procuramos chegar à janela quebrada, acabamos nos ferindo, sangrando. No percurso da concretização dos nossos ideais, a possibilidade de nos ferir é muito grande. As feridas são chagas do coração que nos atormentam por muito tempo. Se soubéssemos que tais momentos não passam de crescimento nosso, ficaríamos mais tranqüilos. Lutaríamos não contra o acontecimento, porém, contra as conseqüências causadas. O sol brilha e faz brotar as plantas; a chuva cai e faz, também, brotar as plantas. Tudo tem um pouco de bom e mau, mas o equilíbrio faz do homem o ser que muda as paisagens, transformando-as no que ele quer. Por isso, o empenho em mudar é de grande valia, contudo, o acontecer chega para o nosso crescimento. Se acreditássemos que Deus esta nos conduzindo a todo tempo, talvez não ficaríamos desesperados, apenas, acreditaríamos num final feliz!


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.



 CAPÍTULO 25



Mais uma quarta-feira, 22/10/03, o tempo esta encoberto. Dei minha caminhada, que tanto me traz paz - como já disse - é a hora que coloco os meus pensamentos em dia. Trago notícias do AP: Bebel esta linda, muitas folhas e os pássaros fazendo festa em seus galhos; Augustinho também esta encorpado, mais robusto sua copa é maior. Os dois personagens são as amendoeiras que ficam em frente ao AP. O Casarão Inglês esta com as janelas abertas, coisa rara. A luta com o rádio continua, mas não consigo aposentá-lo. Ontem quase comprei um outro, na hora não tive coragem. É que aqui tudo tem uma história, vida. Não sou preso às coisas materiais, porém, aqui tudo ganhou vida, mesmo. Agora o rádio – até parece que sabe que eu estou falando dele – esta tocando bem, numa boa altura, ele é temperamental. Tenho muita saudade desse pequeno lugar, onde o tempo não tem dimensão, ele caminha conforme meus pensamentos. Aqui é o meu oratório e o meu confessionário, onde minha vida mudou; onde os dias se transformaram em horas valiosas; onde a coragem de seguir em frente fez repensar muitos valores que carregava em meu coração; onde as mudanças ludibriaram o meu modo de ser, viver, enxergar um mudo que se escondia nos meus olhos. Estava cego para uma vida de desafios, mas cheias de prazer, pois a beleza de viver mora dentro do nosso coração. Ela não nasce de fora para dentro e, sim, de dentro para fora.  Nesses dias em que vivi – e vivo – no AP eu renasci para o mundo maravilhoso e que sempre esteve comigo. Sinto muita saudade da vida e de todos, por que os guardo em meu coração. Aprendi a ser feliz: felicidade não é apenas fazer as pessoas felizes, é ser feliz independentemente das pessoas, dos lugares, das adversidades. É ter olhos para garimpar a beleza que Deus me entrega todos os dias e nada me cobra, apenas Ele deve ficar feliz por conduzir a missão que me foi entregue. Gostaria de continuar escrevendo, mas esta na hora de partir. Tenho muito a dizer, ficará para a próxima vez.   

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.

CAPÍTULO 24

Ótimo dia de hoje – domingo, 19/01/03 – cheguei ao AP ontem. Foi um dia de muito sol, praia das 11:00h às 16:00h. Fiquei jogando conversa fora, aproveitando a praia. O sol esta forte, a praia esta cheia com as pessoas aproveitando o sol desse final de semana. Há muito não fazia um tempo bom como o de hoje. A praia esta com um colorido das barracas, que invade a areia e torna o mar com ar de festa. A água, como normal na orla do Rio, esta gelada. As pessoas estão uma beleza especial, talvez pela pele bronzeada, que traz um toque de aparente saúde. São corpos malhados pelas academias. Tudo preparado para o verão. Falando em verão, hoje começa o horário de verão. Estou neste momento lendo uma revista falando sobre a cidade de Natal. Fico lendo e acompanhado a leitura com a Carla. As fotos são de uma beleza sem retoque. Continuo conversando, fazendo planos de ir para o nordeste de carro. Em meio à conversa observávamos a Praia de Ipanema, o azul do mar, à esquerda a Pedra do Arpoador, à direita a Praia do Leblon, que privilégio, que cartão postal. Voltando à viagem, para partir com esta idéia o melhor é planejar bem.   Definir os locais para pernoitar, aproveitando as paradas, visitando as cidades do percurso. Estamos analisando é uma tremenda aventura. Temos que decidir logo, o mês de dezembro daqui a pouco esta aí. Leio, releio a revista e fico me vendo em Natal, Genipabu etc. O fim de semana esta ótimo, até porque, amanhã é feriado. Tenho que ficar por aqui, acabou a tinta da caneta!   


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.

  
CAPÍTULO 23


Bem, estou aqui, sexta-feira, 17/10/03, não fui trabalhar. Queria há muito fazer isso, parar durante a semana, hoje foi o dia. Troquei minha roupa, coloquei a bermuda e fui caminhar na praia. Quando se faz algo com vontade, o prazer é redobrado. A praia esta lindíssima, o sol quente e muita gente caminhando. Fui à praia do Arpoador, subi na pedra e fiquei sentado apreciando a beleza do mar. Que paisagem maravilhosa, a vista da praia com sua areia branca, faz um contraste com a cor do mar, que hoje estava mais verde. O Cristo Redentor despontando no céu azul. Quantas vezes fiquei aqui pensando, agradecendo tudo que recebi da vida. No final da tarde, com o pôr-do-sol, quantas vezes bati palma por mais um dia. É um hábito na Praia do Arpoador, bem como de Ipanema, saudar o fim do dia com palmas. Quando fico junto do mar a água me trás muita paz, tudo fica mais fácil. Depois resolvi dar um pulo na Lagoa. Caminhando com tranqüilidade, passei a observar os detalhes do local. Entre os pássaros, garças, que se misturavam à beleza, vocês não vão acreditar: vi uma capivara nadando, tranquilamente, fiquei espantado! Mas, não só eu vi como algumas pessoas que lá estavam. Depois dessa caminhada voltei para o AP. Bom, vamos falar sobre outras coisas. Tenho pensado como as pessoas complicam a vida. Será que elas não pensam que têm apenas essa vida? Tudo é complicado, um gesto bom é difícil para elas. Parece que se viverem em paz vão morrer. O mais curioso que elas levam a paz de outras pessoas, sem a menor cerimônia. A paz é a corda que sustenta o equilíbrio do brilho da vida. Na realidade, a vida é feita de equilíbrio, a beleza norteia os lados dos sentimentos. Quando a balança tendi mais para um lado, ou para alguém, há o prejuízo sentimental. A busca o resgate dos abalos causados no equilíbrio dos sentimentos é doloroso. Vejo do meu palco de observação a tristeza instalada no íntimo das pessoas atingidas. Mas a vida, como costuma dizer, não é um logo feriado. As noites mal dormidas, carregam o pensamento das dificuldades que se passa para superar os tais abalos causados. É tão sem sentido as dificuldades que as pessoas causam às outras por caprichos, mesquiquez e egoísmo, que afronta a inteligência de muita gente, principalmente a minha. As pessoas pesam que as outras sejam propriedades delas. É o fim da liberdade do ser humano. Estou falando sobre o assunto não de cadeira, mas, de quem passou por fato semelhante. Não sou propriedade de ninguém, como também, não sou dono alguém. Gostaria de estar no pensamento dessas pessoas que tem esse tipo de visão. Acredito ser uma lástima a cabeça delas. A liberdade é a trajetória de escolhe de vida de cada pessoa. Estou eu aqui falando sobre um assunto que para mim é claro, ou seja, liberdade não é apenas um direito, mas a essência da vida do homem.       


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.

CAPÍTULO 22

Domingo, 12/03/03, cheguei às 14 horas, antes fui fazer compras. O AP terá que aguardar a reforma pretendida, surgiu um gasto extra. O importante é tudo funcionar, o resto é maquiagem. Eu gosto dele de qualquer forma. Aqui eu tenho o sabor da liberdade, pensamentos que permanecem ecoando entre as paredes. Aqui muita coisa aconteceu a minha vida mudou completamente. Não dá para esquecer esse lugar. O tempo vai seguir, contudo, na minha cabeça tem um tempo que vai ficar parado. Tempo de muito agito; tempo de muita paz; tempo de muitos sonhos. Não dá para esquecer o AP, meu canto! O radinho – hoje – esta tocando, perfeitamente, será que é por que pensei em comprar outro? Acho que ele ficou preocupado com a aposentadoria. Aqui no AP tudo foi improvisado, até porque tinha, praticamente, ele montado, mas demorei a ocupá-lo. Os móveis que seriam cedidos – e ficaram a minha disposição durante muito tempo – acabei perdendo, foram para outra pessoa, tinha que desocupar o local. Então ficou tudo na base do “oba-oba”.  Vamos às notícias: através da janela vejo o casarão inglês, continua da mesma forma têm muita vontade de conhecê-lo por dentro. Bebel e Augustinho – as amendoeiras - estão bem. Como têm chovido bastante elas estão verdinhas. Ontem um dia atípico, chuva constante e ventos fortes para a minha cidade do Rio de Janeiro. Não deu para dar a caminhada, nem para apreciar o Cristo Redentor, tão pouco o lindo visual da Lagoa Rodrigo de Freitas. O bar que fica embaixo do AP esta calmo, na sexta-feira o agido foi grande. Tudo esta muito calmo, tem hora que é gostoso o silêncio, tem momentos que ele incomoda. Se bem que tenho me incomodado que muito pouca coisa. Na verdade como disse, vim trazer umas compras e mais roupas. Aproveito para respirar a tranqüilidade, então vamos curtir. As vezes fico impaciente por não estar falando com alguém, batendo papo. É que eu gosto – como um bom carioca – jogar conversar fora. Quando fico calado pego e escrevo, assim, falo com o meu mundo virtual. Minha vida tem sido maravilhosa, Deus caminha comigo. Cresço a cada dia, aprendo ou procuro aprender com os acontecimentos. Agradeço a Deus a vida que tenho. Sei que ela sempre vai melhorar, porque eu vou melhorando, também. Como diz a frase: “Palavras podem não dizer o que o coração senti, mas fazem sentir o que o coração diz”. Claro, a minha vontade é ficar contando mais os “devaneios” da minha cabeça. Incrível como tudo esta tudo calmo, pelo menos comigo. Sei que a tranqüilidade depende de muitas circunstâncias para ela se instalar. Acredito ser a compreensão uma delas. O nosso coração pode se agitar ou entender os acontecimentos como digo: Compreensão é o caminho indicado pela bússola do bom senso e da razão onde o equilíbrio de quem houve fala com o coração de quem se expressa. “Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar aqui”.
                 

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.







CAPÍTULO 21



Olá, como estão todos, tudo bem? É melhor dizer que sim, porque o sim é mais fácil. Como eu parto do mais difícil, pois sei que no fim fica mais fácil. Praticar o sim, o tudo bem, o tudo bom não é fácil. Ter a verdade do bem-estar da visão dos bons momentos é levar a vida como se tudo fosse um eterno sorriso. Bom, mas eu estou falando de tudo, ou seja, colocando meus sentimentos, o que esta acontecendo no AP. O dia esta péssimo.  Mas, na verdade não há dia ruim que não tenha algo de bom. É a sequência dos dias da vida e do nosso crescimento. Claro, a maior virtude dos dias que correm é ter encontrado a essência do nosso aprendizado. Se eu pudesse fazer o que quero, certamente, seria bom – muito bom – mudaria a trajetória da vida.  Retiraria a angustia dos dias, manteria o sorriso no rosto das horas. Pois, quando muito pouco resta, o sorriso é o caminho, a porta dada pela invasão da eterna fantasia dos momentos felizes. Por isso, a vida traz sempre ventos de muitas partes, de toda intensidade e também sobrará a brisa da paz. Nesse dia escrevi o texto a seguir:

Olá, como estão todos? Tudo bem? É melhor dizer que sim, porque o sim é mais difícil, pois, no fim fica fácil. Praticar o sim, o tudo bem, o tudo bom não é fácil. Ter o bem-estar dos bons momentos é levar a vida como se tudo fosse um eterno sorriso. Mesmo o dia sendo complicado, difícil, sempre aproveitaremos alguma coisa. Na verdade não tem dia tão ruim que não tenha algo de bom. A maior virtude dos dias é encontrar neles a essência do nosso aprendizado. O dia amigo olha com um rosto radiante, brilha como o sol, ilumina como a lua, abraça como as estrelas que estão por todo canto do céu. Se pudesse fazer o que quero, estaria numa ilha sendo abençoado por todos os astros dignos de serem admirados. Posso dizer que todas as virtudes dos dias seriam o extrato de uma vida de esperança. Por isso, é melhor dizer que esta tudo bem, porque se não estiver, faremos as horas caminharem no relógio do nosso coração, onde pulsa a felicidade. Então: mantenha o sorriso! Agradeça as manhãs que dirá: bom dia a minha vida esta ótima. Quando muito pouco resta, o sorriso é o caminho, a porta dada pela invasão da eterna fantasia dos momentos felizes. Atrai eventos de toda a parte e de toda intensidade, mas sempre soprará a brisa da paz. 

É diferente receber a manhã com um grande sorriso. Cumprimentar as pessoas com o olhar de satisfação. Falar que a vida está ótima. Quantos têm o privilégio de um lar, um abrigo para o corpo. Ter uma família que lhe acolhe nas horas mais difíceis que passamos. Receber solidariedade, carinho, amor. Tem mesmo que dizer que a vida esta ótima. Pensa quanta paz é bombeada ao seu coração por ter todo esse apóio. Quando precisar de amparo peça ao Pai, Ele vai lhe atender. “Deus nunca nos daria algo para cooperar com a nossa desgraça, com a nossa perdição. Vós que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que pedirem”.  

Por isso, o Diário da AP é importante, nele escrevi boa parte dos textos, minhas emoções e parte da minha vida.

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.


   

CAPÍTULO 20

Hoje, 05/10/03, é dia do meu aniversário. O sol esta brilhando, poucos dias pude ver um céu tão azul. Dei a minha caminhada na Lagoa Rodrigo de Freitas. O Cristo Redentor estava sem nuvens em seu redor, o céu azul contrastava bem com o branco da sua imagem. É uma caminhada privilegiada, toda essa beleza me abraçando. O telefone não parava de tocar me desejando feliz aniversário. Falei com gente que há muito não tinha contato. A vida é assim mesmo, estamos aqui e daqui a pouco longe de tudo e de todos. São os mistérios da vida que apronta contra qualquer lógica. Hoje tudo faz mais sentindo do que antes, certamente, são os anos vividos. Quando paramos para pensar em tudo que passamos na caminhada do aprendizado, acabamos levando um susto. Quanta coisa passou! Tenho vivido, intensamente, nestes últimos meses. Já vou fazer o meu comunicado de férias na empresa, como sempre estou ansioso. Se for igual a anterior será maravilhosa. Notícia geral do AP e seus personagens: Bebel, a amendoeira esta belíssima agora com a primavera; Augustinho, a outra amendoeira, esta mais encorpado, com folhas largas; o Casarão Inglês mantêm o ar austero – casa que fica em frente ao AP - as janelas estão meio abertas. Aqui no AP a paz é permanente, a liberdade que o consagra. Tranqüilidade que traz a felicidade, a vontade de ficar nele muito tempo, curtindo o bom astral que carrega. Para quem não leu os outros capítulos, no AP – apartamento - escrevi a maior parte dos textos que hoje disponibilizo no BLOG. Nele estão os meus pensamentos, minhas leituras, meus livros queridos, decisões tomadas, grandes mudanças se aconteceram em minha vida. Por isso o nome: Coragem, Transformação, Mudança é o Diário do AP.

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.
     


CAPÍTULO 19



No capítulo passado falamos sobre Hameron, que segundo o meu amigo Antônio, era um sábio e viveu no Egito. Bom, esse é outro assunto e teremos muito que conversar sobre ele. Logo escreverei sobre Hameron e a sabedoria que mora nele. Do capítulo anterior faltou a última colocação, que esta no Diário do AP: “Sou a permanência da vida, da vontade de acordar e respirar e me encantar com o sol de cada manhã. Sonhar com o riso discreto das horas, mas sempre sorrir. A mão que conduz a escrita é dada e não emprestada à vida. Seja permanente em tudo e não prematuro. Viva sempre com o sonho do seu coração”.  Segue o trecho do texto que nesse dia foi escrito:

As horas passam batendo a forma rígida do tempo. O improvável vem e abraça a liberdade das nuvens. Ganha-se  o espaço dentro do tempo. A esperança não esconde o equilíbrio dos ponteiros da liberdade. Precisamos fazer o tempo render. Na angustia das horas, que esmaga os dias, somos felizes quando conseguimos dobrar os momentos. Sabe-se onde andam os ventos que não param de soprar o infinito dos dias. Ele fica na eternidade dos sonhos. Sonhar é uma produção sem fim de criação dos desejos de liberdade. Fazemos o que queremos, encontramos quem gostaríamos, somos o que desejamos viver. É a liberdade total do tempo. Deus esteve aqui, nunca partiu. Respirou a minha liberdade, que bateu nas asas dos sonhos. Bom se pudesse apertar os botões do universo e fizesse transporta os sonhos dos sonhos. Apenas desta forma o tempo não é rígido, quando nos transformamos em sonhos. É a liberdade que ninguém pode nos tirar.

Vivemos buscando a liberdade infinita, onde o tempo será justo com os sonhos. Deixará a angustia das horas congeladas. A esperança do infinito do tempo acontecerá apenas nos sonhos. São os momentos que o tempo não pode controlar. Por mais que os anos passem os mesmos sonhos estão vivendo eternamente a passagem do tempo. Não há como ser controlado esse espaço de liberdade do homem. A vida ficará nos sonhos que se eternizarão entre as nuvens do infinito.



Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR



Aqui tudo pode ser ficção.



CAPÍTULO 18


A saudade era grande, fiquei uma semana – sábado, 04/10/03 – sem estar aqui no meu amigo AP, que saudade!  Sinto saudade de muita coisa, sinto mesmo. Aqui tudo esta se ajeitando. A minha amiga, que estava se mudando, esta bem. Ela não esta aqui, mas acabei de falar com ela e a voz dela esta ótima. Ontem ela estava tão triste e deixei um dos meus anjos da guarda com ela. Parece que ele trabalhou bem. Fico devendo mais essa. Bom, na verdade só devo, será que um dia eu poderei fazer alguma coisa por Ele, ou será que um dia eu fiz? Certamente, sim! Tenho pensado no meu amigo, que não esta mais aqui, pelo menos em corpo, Antônio. Por onde você andará? Ultimamente tenho pensado muito em você, meu grande amigo. Se você estivesse aqui teríamos muito a conversar. O Antônio era espírita. Tenho visto a forma da minha escrita mudar, constantemente, então penso no Hameron. Você meu amigo, com o respeito que teve sempre por mim, nunca me esclareceu sobre ele. Tenho pensado: segundo o Antônio, Hameron eram um sábio, que foi a minha primeira vida na terra. Engraçado eu nuca acreditei, mas, também, nunca fiz pouco caso. As vezes, quando de repente vou escrever, sinto me perdeu em algumas frases. Não é me perder, propriamente dito, vejo-me assumindo posturas, pensamentos, atitudes, palavras de uma sabedoria que me contesta ter escrito-as. Acabo achando, ou procurando encontrar respostas onde busquei as palavras. Como agora: sei que estou escrevendo – claro -, mas, por que minha letra esta tão redonda? Tentativa minha de resposta: acho que estou caprichando na letra. Caso deixasse a mão livre talvez possa definir o que é que vem escrito! Então vamos nós: “as horas passam batendo a forma rígida do tempo, mas o improvável vem e abraça a liberdade do espaço das nuvens do bem da esperança sem esconder o equilíbrio do dia. Sei por onde anda os ventos, sinto até a temperatura da vida que ele transporta. São sonhos investidos nos destinos que sempre acreditou que Deus esta aqui, nunca partiu. Respirou a minha liberdade que bateu nas asas dos raios do sol sem qualquer cerimônia. Bom, se pudesse apertar os botões do universo e fizesse transportar os sonhos dos sonhos, a vida seria o jardim que tanto Deus fala. O homem não descobriu que ele é um sonho vivo! Há sempre o canto de quem se revela nos beijos da transparência da existência do bem. Não se preocupe com o resultado, ele não é importante, é apenas o complemento de uma trajetória. Não se preocupe mesmo. O lado que se expõe na vida é o lado da eterna realidade. Mas, a sua verdadeira existência esta por de traz do que não vemos. Se não enxergamos é porque a verdade se declara de muitas formas. Estamos em todos os lugares, porém, merecemos o nosso canto. Espero que o mundo jamais esqueça do Filho que caminha entre os espinhos da vida. Não se preocupe com a mão que te leva, deixa ela solta sem parar. Espere que a lei vem por caminhos – você nunca poderá saber -  porque a sentença pertence a outros mundos. Neste somos apenas súditos, por isso, surdos por mais que nos esforcemos, não é possível entender o que não fala, o que não pesa, o que não é vida, mas vive em todos nós. É o sonho que a eternidade, que se levanta pela manhã e deita-se com o pôr-do-sol. Que venha o sorriso da tempestade, o riscar das estrelas, a corrida da alma feliz. Invade a perseguição do mundo, a felicidade sem fronteiras, conduzida por uma tímida mão, aquela que jamais é apagada da grandeza da vida. O bem de tudo, o bem da vontade de conduzir o reino daqueles que acreditam em Mim, o cumprimento maior, a verdade dos tempos.  A verdade de correr nos corpos o brilho da existência de uma mão que não pára o grito das palavras que viajam nos pensamentos: Amar a vida na sua plenitude. Acredite em ter o sonho realizado, você sempre vencerá o que for. Nada vai perturbar a vitória dos desarmados do desamor!”. E, assim, deixando a minha mão livre o texto aconteceu. Será que foi o Hameron? 


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR



Aqui tudo pode ser ficção.


CAPÍTULO 17 - REVELAÇÃO


O capítulo de hoje, para quem esta acompanhando, fiquei de revelar qual o bairro onde se encontra o AP.

No capítulo anterior falei sobre o bem-estar em escrever nesse lugar tão acolhedor, onde posso ter os meus melhores livros-amigos ao meu alcance. O AP é meu refúgio para colocar os meus pensamentos em ordem, meus projetos de vida, um lugar onde escrevo os meus pensamentos. Quando somos criança temos aquela vontade de ter uma casa numa árvore, ou lugar só nosso com as coisas que mais gostamos. Assim é o AP, um lugar mágico, um lugar que sempre quis ter com as minhas coisas mais queridas. Onde eu possa encontrar um pedaço da minha história, um pedaço da história da minha família. Como o espaço é pequeno as vezes um pequeno objeto guarda a história de muita gente querida. A vida é feita de história, quem não preserva a história não tem carinho pelos fatos vividos. Por isso, o AP tem alma, transformou a minha vida, mudou a minha concepção de ver as coisas e me encorajou a enfrentar os meus maiores desafios que tive na vida. Nesse lugar tão especial passei a sentir que não estava escrevendo sozinho, outros escreviam comigo. São aqueles, assim como vocês, que gostariam de mudar as suas vidas e viram não minha essa possibilidade. Então vamos para a revelação: o AP esta situado na CIDADE DO RIO DE JANEIRO e num bairro cheio de histórias, em IPANEMA. Estou eu aqui neste bairro tantas vezes cantado, citado no mundo inteiro. Logo, a praia onde eu caminho é famosa praia de Ipanema, o local onde assisto os pássaros e a água a noite brilhar como espelho é a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde me retiro para assistir o pôr do sol é a Pedra do Arpoador. Esta aí a revelação onde se encontra o meu querido AP.  

Hoje, excepcionalmente, será postado outro capítulo do AP, por volta das 20h00min horas!        

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR



CAPÍTULO EXTRA

Resolvi escrever os textos de hoje do AP. Aqui é o meu retiro onde gosto de escrever. É o forte onde as batalhas dos meus pensamentos acontecem. Meus livros prediletos estão na estante à minha frente. Leio os títulos dos livros de onde estou. Olho para esse pequeno espaço onde tantas batalhas foram travadas. Agora o AP é meu forte onde me abrigo para escrever. Aqui ando entre aqueles que escrevem comigo. Os sonhos se tornam realidade, os planos são colocados em prática, as mudanças são inevitáveis. A vida se transforma em deliciosas horas. Meus pensamentos aqui tomaram vida, bate em um coração próprio, vive no corpo do AP que ganhou alma. Posso olhar para qualquer parte desse pequeno lugar e contar a história de cada objeto. Tudo é especial! Olho a Santa que me acompanha desde criança. São quadros, fotos, móveis de família que me dão prazer em estar aqui. No próximo capítulo do Diário do AP revelarei onde ele esta localizado. É um bairro de muita história, onde pessoas especiais viveram e vivem.


Abraço,

VILLARDO PRIOR



CAPÍTULO 16



Olá como vão todos? Hoje, sábado, 27/09/03, o problema da falta de água do AP foi resolvido. A vida volta ao normal. Ah, que saudade daqui, do meu canto, do meu querido AP. O tempo não esta bom, mas, deu para apreciar todo esse belíssimo cenário da praia. Meus olhos mataram a saudade. Antes, parei no supermercado e fiz umas compras para abastecer a geladeira.  Como diz um amigo: “a vida é simples o homem é quem complica”.  Esta mais do que certo. A Carla ainda não chegou, esta as volta com o novo apartamento que montou. Quando entro no AP esqueço de tudo, tal é a minha alegria. A vida é assim, junta e separa as pessoas. Os caminhos são muitos e quando o tudo não é mais nada e o nada coisa alguma – como eu falo – temos que procurar outros caminhos. O mundo é uma grande sala de aula e o tempo nos ensina as matérias da vida. Eu procuro plantar coisas boas por onde passo, assim, poderei sobreviver em lugares, ambientes hostis, onde muita gente de alma mesquinha vive. É assim que Deus trabalha a nossa alma. Estamos aprendendo a ser “paciente, humilde, generoso, entregue, dedicado, tolerante”. Fique certo, a cada momento que se vai você esta ficando melhor. São os nossos desafios para melhorarmos no contesto da vida. Somos forjados nesses dias de batalha intensa. Seja fiel aos seus princípios, aos bons mandamentos. Tenha respeito às pessoas, dedique solidariedade a quem precisa, seja apenas – ou tudo isso – humano. Quando tudo acabar sabe o que restará - por que é eterno? - o amor.  “Amai o próximo como a si mesmo”. Então, respeite você para respeitar o outro. Carregue seus princípios em seu coração. Tudo acabará bem, tenho certeza é questão da verdade do tempo, ele não menti. Não se esconde um coração de amor, porque a sua luz transcende a escuridão dos intolerantes. No final do nosso tempo não será perguntado como vivemos e sim como amamos. Deus é a prova disso, não é verdade? Amou tanto que nos deu a sua vida. E quem esta com Cristo? Aquele que ama. 

Do diário desse dia deu ensejo ao texto a seguir:


ACOMPANHAR, APRENDER, PROCURAR, O CENÁRIO DE PAZ


O cenário de paz que se enxerga dentro da alma é sem igual. É uma saudade que nos toma de calmaria. Tudo é tão simples. O silêncio acompanha a respiração profunda de satisfação do dever cumprido. A vida é simples, mas, costumamos complicar, até mesmo, nos momentos em que o pensamento esta deitado na rede da tranqüilidade. Fazemos muito barulho com os pensamentos. A vida é assim: os caminhos são muitos, é necessário encontrar o caminho certo. Procuremos colocar o amor nos acontecimentos, pois, viveremos em ambientes hostis, com algumas pessoas mesquinhas. É assim que Deus trabalha a nossa alma. Estamos aprendendo a ser pacientes, generosos, entregues, dedicados, tolerantes. Enquanto houver amor, em tudo que fazemos, a vida nos recompensará. Quando tudo acabar sabe o que sobrará? O amor, porque é eterno. Amai o próximo como a si mesmo. A sua luz transcende a escuridão dos intolerantes. “No final do nosso tempo não será perguntado como vivemos e sim como amamos”.  Deus é a prova, ele nos amou tanto que nos deu a sua vida.   

O texto relata o tempo de paz que invade o coração. A paz é tão grandiosa que a calmaria nos traz o sabor da saudade. A tranqüilidade atropela a alma e ficamos felizes com o silêncio da calmaria. São momentos assim que avaliamos a vida boa que estamos atravessando. Gostaríamos que os dias fossem feitos de harmonia eterna. Mas, sabemos que os obstáculos é parte da prova da vida. Construímos durante anos uma reputação a preservar: de carinho, respeito, dedicação. O amor é constância do coração do ser humano. Há momentos que notamos o coração duro que se formou no homem. Porém, quando o amor toca a alma a vida se veste de rainha (trecho ACOMPANHAR, APRENDER, PROCURAR, O CENÁRIO DE PAZ).


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

Villardo Prior
Aqui tudo pode ser ficção.

 CAPÍTULO 14
                                                 

Bom dia para todos. Hoje (24/09/03) quarta-feira, dia que estaria dando minha caminhada, mas, o AP continua com problema de falta de água. Caminhar sem depois tomar banho, nem pensar. A vida é assim, quando perdemos algo é que acordamos para o valor real da perda. Ao caminhar pela praia me dei conta o quanto vale aquela beleza toda. É por isso que me vejo valorizando tanto as coisas, a fim de não me arrepender mais tarde. A verdade é que vivo com saudade da vida, de tudo que faço de tudo que me acontece, até da rotina do dia-a-dia. Quando penso em sair da rotina, penso logo nas próximas férias. Há momentos que sinto estar ainda gozando as férias. Mudando de assunto, a Carla não esta aqui. Ela esta acabando de montar seu novo apartamento. Estou torcendo para tudo dar certo, na nova moradia, ela merece é uma grande amiga. Quem escreve sempre tem frases, pensamentos prontos na cabeça, como essas: “Um verdadeiro amigo é quem pega a tua mão e toca teu coração”. Mas assim é a vida mudamos para encontrar a felicidade. E vai mais uma frase: “nenhuma pessoa merece as tuas lacrimas, e quem as mereça não te farás chorar”. É o Gabriel Garcia Marques esta certo. Mais uma dele: “Podes ser somente uma pessoa para o mundo, mas para alguma pessoa você é o mundo”. Vem à minha cabeça - agora - a palavra êxodo, que significa uma saída, uma fuga de algum problema. Todavia, como acredito que problema na vida é para a doença, o restante – o tudo – é um desfio a ser vencido. Então, para mim o êxodo, parte dos capítulos da Bíblia, trata-se de uma fuga da limitação do ser humano. Procuramos uma saída a tudo que nos limita. Todo mal é uma limitação. Quando não estamos bem encontramos – porque sempre estamos em busca de viver melhor – a saída das nossas fraquezas de nossos temores, de nossas limitações. Acredito: para sermos melhores e crescermos, até espiritualmente, temos que fazer algo de útil para os outros. É a oportunidade de melhorarmos a compreensão que temos com os desafios das outras pessoas. É sermos humanos, já que somos dotados de sentimentos fortes, belos e infinitamente grandiosos. É o poder de Deus que existe em nós. Vou repeti: Tudo na vida passa até a mais aguda dor do coração, pois esta dói na alma. A dor do corpo mais forte que seja também passa. A dor da alma corrói os sonhos, mas, mesmo assim, não é mais forte do que a vontade de viver do ser humano. “O mal não passa de uma falsa crença a ser derrotada”.   

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

Villardo Prior


Aqui tudo pode ser ficção.
 
     



CAPÍTULO 13
                                                 

Sábado, cheguei hoje de manhã. O dia esta encoberto, mas dei minha caminhada. Como digo: caminhar é bom para pensar. A praia esta linda, apesar do mau tempo, gosto desse cheiro de mar. O tempo passa e a beleza local é eterna, a natureza é imbatível. Poucas coisas mudam, porém, sinto as pessoas mais preocupadas com a saúde, com o bem-estar, com a beleza e com a natureza. Acontecem movimentos em manter, preservar os cantos da cidade. Espero, torço que continue assim. Nós brasileiros, tínhamos falta de apego, carinho pelo bem da nossa terra, coisa que esta mudando. Passei muito tempo escrevendo sobre mudanças. Acredito que precisamos nos guiar com o sentido das mudanças, é o sabor dos novos ventos. Carrego em meus pensamentos a procura de todos os dias acrescer uma mudança à minha vida, é a novidade. Levando todos os dias iguais, sem nenhum movimento novo, é uma rotina que tira o prazer de acordar. Não digo que o que se faz todos os dias não é bom, mas deixa de ser interessante, quando não há uma nova observação do mundo em que vivemos. Tudo deverá se dar com muito cuidado, com muita delicadeza, com respeito ao mundo, não agredir ninguém principalmente com palavras. “Aquele cujas forças ultrapassa as suas necessidades, mesmo que seja um inseto ou um verme, é um ser forte; aquele cujas necessidades ultrapassam as suas forças, mesmo que seja um elefante ou um leão, é um ser fraco” (Jean-Jacques Rosseau). É assim, em vista de tais palavras, apenas completando com as do próprio Rosseau: “Toda maldade vem da fraqueza”.

Esse dia deu ensejo a este texto que gosto muito: EU SOU A VIDA

Chequei hoje de manhã, dormi na cidade do seu coração. Antes passei na casa da sua alma e arrumei seu coração. Trouxe o sol comigo, que aqueceu a janela dos seus olhos. É sempre belo ver o dia acordar pelos seus olhos. A beleza é eterna, torço pela manutenção dessa pintura. Reformei o que estava precisando de mudança na sua vida. Guiei a mudança para nada se perder ou quebrar. É o sabor dos novos ventos soprando com o cheiro de casa nova. Coloco em seus pensamentos o crescimento do amanhã do tempo. Coloquei a aventura dos dias sobre a garupa das horas. Doei os dias iguais, e coloquei a aventura do inesperado. Dei a profundidade do entendimento sem nenhuma cobrança, apenas para você não cair no abismo da escuridão. Deixo-o livre para decidir, mas amparo-o na sua fraqueza da vontade de desistir. Viva intensamente seus planos. Eu sou os seus planos, sua realização, seu relógio.  Observo seus passos, estou a seu lado, caminho na sombra da sua estrada. Não digo o que faz todos os dias, pois sou seu maior amigo, não revelo a ninguém é nosso segredo. Você se nutre de mim, mas eu preciso de você para existir. Não sabe quem eu sou, pois vou te revelar: EU SOU A VIDA!

O texto EU SOU A VIDA é a parceria inevitável do ser humano com a própria existência. A vida que se instala no caminho da gente é a benção de Deus. Nossa alma se nutri do corpo enquanto estamos em nossa missão.  A vida é frágil, nós somos as fraquezas de um ser em evolução. Vamos crescendo até a vida se romper por fim da nossa caminhada. Nós somos os atores da vida, o roteiro esta na mão de Deus. Somos o filme da criação, a grande verdade do universo (trecho do texto EU SOU A VIDA). 


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

Villardo Prior


Aqui tudo pode ser ficção.
 
     




CAPÍTULO 12



Estou aqui no meu canto, no AP, hoje 15/11/03, onde me traz boas recordações e liberdade. Estive aqui na quarta-feira, mas o tempo foi tão apertado que não deu para escrever. O dia amanheceu feio, porém, o sol apareceu. Aproveitei o máximo. Hoje estou sozinho, Carla não pode estar aqui. A vida é assim, tem dias que estamos sozinhos com os nossos pensamentos, é bom para colocarmos em ordem a cabeça. A vida passa a ser uma aventura, cada dia tem uma novidade. Em falar em aventura, estou programando a minha viagem de férias. Claro, é uma ansiedade normal de chegar a lugares diferentes e voltar a outros, onde deixei pessoas que passei a gostar. Não vejo a hora da partida. Tudo parece conduzir os meus pensamentos à viagem. De repente estou cansado do trabalho e preciso de uma mudança, ficar longe é bom para recarregar as baterias. Acabei de escrever uma carta para uma amiga de Recife, gostei do teor dela. Fala do hoje, pois, não existe o amanhã. Como disse na carta: o amanhã só existe no calendário dos tolos. O que a todo tempo tropeçamos é o hoje. O amanhã na verdade não existe é um tempo que pode a vir existir. Não é possível viver sem o presente, e nem precisaria dizer, estamos no aqui agora. O presente é o nosso momento de vida tudo mais não existe. Então, temos que viver o presente como o único momento real da vida, o futuro é apenas uma projeção das horas. Viver um bom presente é a certeza de acordar a cada manhã com a vida colocada no relatório do tempo. Quando chegamos a uma determinada idade, observamos o que deixamos para trás, são os vazios, os hiatos que não aproveitamos. Fico pensando - e isso faço muito - principalmente quando estou escrevendo, de alertar as pessoas para não desperdiçarem o tempo. Gostaria de tanta coisa, por exemplo: gerar luz no caminho das pessoas, iluminando a escuridão que percorre o labirinto das dificuldades da vida. Assim, sentiria o sol aquecendo a alma das pessoas, gerando energia para preencher o vazio da minha vida que ficou para trás. São as clareiras da caminhada da vida. Assim, cresceria mais rápido, sabendo que estaria ajudando outras pessoas, estaria ajudando a mim mesmo. Cada um tem uma missão na vida. Talvez eu saiba qual é a minha, apenas não a assumi. Se eu escrevo tanto e tantas pessoas pedem para escrevê-las, o que falta para eu assumir a minha missão. Penso que a hora não chegou. Por enquanto vou escrevendo, levando às pessoas bons momentos de vida, com a leitura de boas palavras. Explicar o não assumir deve ser a responsabilidade das palavras que colocarei à disposição das pessoas. No momento somente as pessoas amigas recebem o que escrevo, os textos ficam restritos à elas. Penso: posso transformar a vida delas para melhor, pois, não escrevo o que faz mal a alma. Que Deus me ilumine para esse momento chegar. Percebo o que acontece em minha volta e procuro alimentar o papel com as observações do meu coração. Lanço-me em agradáveis viagens do meu pensamento, agregando à razão a mão do sentimento, que pode despertar nas pessoas o relógio do tempo de mudar. O despertador toca a coluna da resistência da mudança e todo o prédio treme, abala o alicerce de conduta do viver das pessoas.  O seu humano é uma mistura de sentimentos. Enquanto não batermos tudo e bebermos, não saberemos o sabor real da vida. Qual dos ingredientes conduzirá as decisões da nossa vida no momento oportuno. Sendo assim, é melhor termos a vitamina dos sentimentos em nosso coração.


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

Villardo Prior


Aqui tudo pode ser ficção.
 
      
                                                                                   

                CAPÍTULO 11

Olá, estou eu aqui, 17/09/03, não caminhei fiquei preocupado com a falta d’ água do AP. Estive aqui no domingo de passagem. Hoje é quarta-feira na minha cabeça vêm frases prontas: “Se não chegou ao fim é porque não acabou”. “É melhor o fim de uma agonia do que uma agonia sem fim”. Estas palavras não são para mim, mas, para uma amiga que vive um momento complicado. Gostaria de ajudar, todavia, não podemos resolver a vida das pessoas, podemos ser solidários. Na cabeça de quem esta passando por dificuldades rola, a todo tempo, o filme do problema. O coração e a alma ficam inquietos com a dor da aflição. O filme passa, insistentemente, não há trégua, não há descanso enquanto o problema não for resolvido. É a vida com todas as adversidades, com os espinhos do dia a dia. Mas a vida sempre nos surpreende e traz a flor, que é dona dos espinhos, com o seu perfume. A rosa insinua que tudo passará e desse momento delicado, assim como ela, o seu perfume permanecerá. O cofre do pensamento guarda todo um tempo. A chave se pendura no coração dos sonhos, sentinela das emoções belíssimas e assim curamos nossas cicatrizes. O guardião da sabedoria, que são os dias de solução, relata cada estação em que os desafios são vencidos. Assim, torço pelas soluções chegarem ao fim de um episódio difícil. Começar a sentir a liberdade voltada aos tempos do sorriso sem preço, do corpo leve, da alma limpa. Tudo passa, a única coisa que fica a sorrir é a liberdade. Fico por aqui!        



Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

Villardo Prior
Aqui tudo pode ser ficção.
  


 CAPÍTULO 10

Estou eu aqui, não resisti a saudade e dei uma passada no AP. É que desde sexta-feira estava viajando, cheguei hoje às 13 horas. O final de semana viajando foi ótimo. O sol estava forte, como há muito não brilhava. As noites estiveram lindas. Foi um final de semana de muita pescaria, passeios de lancha, churrasco e muitos mergulhos. Mas, fiquei com saudade do meu AP, que é o meu canto de pensamentos, divertimento, felicidade. É o lugar onde paz me traz o contorno da alegria. Por toda a saudade, resolvi dar uma passada no AP. Tudo esta no lugar, já liguei o rádio. Trouxe um novo caderno para escrever, pois este que escrevo, esta no fim. O que era para ser uma anotação virou um diário. Toda vez que aqui estou não tenho vontade de ir embora. E olha que falta muita arrumação para o AP ficar como gostaria. Porém, tem o mais importante: paz, liberdade, sinceridade, felicidade, amor. O coração aqui respira o ar de cumplicidade com a vida. Aqui estamos despidos até mesmo do véu fino do dia a dia, que poderia esconder os sentimentos mais nobres. Muita coisa vai acontecer. Nós nos vingaremos do mundo, como? Sendo felizes. Esta é a maior expressão do sorriso, ou seja, quando cai por terra a dificuldade de caminhar olhando os tropeços da vida. Mesmo assim, crescendo com as topadas que se dá nas pedras.

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

Villardo Prior
Aqui tudo pode ser ficção.
CAPÍTULO 9


Hoje é domingo (31/08/03), ontem estive aqui foi um dia especial, a Carla fez aniversário na sexta-feira. Aproveitamos e comemoramos, com presentes, cartão e jantar. O dia esta encoberto, mas deu para dar uma respirada na vida, muito bom. Depois viemos para o AP bebemos um vinho para brindar a data especial. Ela ficou muito feliz com a comemoração e se emocionou bastante. O dia melhorou, assim parece visto da janela de onde estou sentado escrevendo. Notícias dos personagens do AP: Bebel (amendoeira) esta cada vez mais linda, esta coberta de folhas novas. Augustinho esta do jeito dele – até parece o personagem da Grande Família mesmo -, largadão nada combina com qualquer coisa, seus galhos são total desencontro. O Casarão Inglês esta – até que enfim – com as janelas entre abertas. Algum tempo li: “Você sempre expressa o que você é. Não é possível ser uma coisa e expressar outra”. O que você é fala mais alto. Logo, sou o que sou, nada mais verdadeiro. Nada como o espelho da vida refletindo a verdade do que somos. Assim é, assim será. É grande o pensamento humano, viajamos para qualquer lugar sem sair de onde estamos. Sinto que cada vez que penso como sou agora, vejo-me diferente. Deve ser o significado da regeneração o qual li, também. Regeneração significa recriar. Talvez estou me recriando. Não é remendar o velho ser, mas gerar um novo ser. Como disse, significa formar uma nova alma e não corrigir a antiga. Afinal estamos no mundo para melhorar. Quando se modifica a alma, o espírito de viver, a forma de enxergar o que esta acontecendo em sua volta, o corpo começa a mudar. Tudo naturalmente sofre transformação, até a nossa conduta esta sendo recriada. Talvez seja um esforço para se purificar, limpar o corpo, afastar as pessoas que nos fazem mal. Todo um hábito é abatido. Estamos sempre nos recriando. Como diz a Carla: “Sinto quando você escreve muito sem parar, algo acontece, como se fosse dotado de várias mãos, muitas cabeças, de muitos corações, de muitos espíritos. Um coletivo escrevendo, querendo contar tudo, algo maior que você”. Digo que certamente é o dom se manifestando forte e se divertindo através da minha mão.  


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!


Villardo Prior


Aqui tudo pode ser ficção.


CAPÍTULO 8

Estou eu aqui no meu querido AP (27/08/03). Trago notícias: Bebel de folhas novas, mas, com pouca quantidade; Augustinho – ao contrário - está bem cheio de folhas. Vocês já sabem, são as amendoeiras que ficam em frente ao AP, que nos fornecem sombra e beleza maravilhosa, que compõe a atmosfera do lugar. O Bar, que fica junto do AP, esta em silêncio, provavelmente, porque a faculdade próxima esta de férias. O Casarão em frente, estilo inglês, continua com aparência de abandono. Espero que o reformem, pois, é belo e imponente. Tudo aqui é assim, tem vida, não escapa do meu olhar. Achei que não daria para caminhar, o tempo estava péssimo ontem. Muita chuva, vento e frio. Hoje, para surpresa, ensaiou um sol. Aproveitei e caminhei até o píer, o sol aquecia o corpo, o silêncio era profundo. Quando olhei para o céu me lembrei da infância. Aqui no AP esta como gosto, tranqüilo, meu refúgio. Ao chegar senti que estava com muita saudade, o que não é novidade. Apego-me cada vez mais nesse pequeno espaço de felicidade. Se o ser humano pudesse nascer com sabedoria iria observar as coisas simples para não se complicar. Saberia dosar a vida com as alegrias escondidas do dia a dia. Elas estão à vista, mas, enxergar o simples esta distante da complexidade do ser humano. Somos cegos de boa visão. “O mundo é você quem faz ... em tudo você é fugaz... não venha me dizer o que será da vida...” Um mundo estranho. Nada tão certo; nada tão exato; nada tão difícil, mas, nada tão fácil. Basta viver como um bom observador, pensar um pouco na vida. Porque será que escrevi isso agora. Tudo tem uma razão. Bom, tenho que ir.
Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

 
Villardo Prior




CAPÍTULO 7

Olá para todos, hoje é domingo (24/08/03). Quando começo a escrever toca a uma música que me leva ao verão passado e a saudade das férias vem à minha cabeça. A saudade da viagem me transporta para o nordeste. Praias lindas, maravilhosas, cheias de novidades para os meus olhos. Sobre a viagem falamos depois, voltamos ao AP. O dia foi de muito sol e a praia estava cheia. Dei uma caminhada – um bom exercício para pensar – fiquei admirando a beleza daquele quadro. Vejo como tudo é importante e os elos unem a história, juntando o passado, o futuro e o presente, numa única corrente de vida. Uma simples lembrança trás à tona toda uma vida. É muito bom viver intensamente. Chegamos onde eu queria, no ponto onde a minha vida sofreu uma mudança grande. A felicidade é a busca do ser humano, ela esta tão próxima que não enxergamos. Eu estou numa fase de observação de tudo. Acabo enxergando ou procurando a alegria da vida nos intervalos das horas, ou seja, todo o tempo é importante para aproveitá-la. Hoje fiquei só, Carla foi para casa, aproveitei o dia para colocar os pensamentos em ordem, fiquei escrevendo, é assim que gosto de “formatar” a minha cabeça. Fico olhando as belezas declaradas dos dias. Não me conformo com o pouco que tantas pessoas fazem do que brilha à frente delas, mas, entendo fiz o mesmo com a minha, como mais tarde falarei. A cada canto que os nossos olhos se viram é uma pintura emoldurada, que Deus assinou. Acredito que a pouca visão esteja na cabeça triste, desanimada, dispersa delas. É por isso que todos os dias procuro me recarregar de tudo que faz bem ao espírito, coração e aos meus pensamentos. Aqui no AP é o meu santuário onde posso me abastecer. Venho para o meu refúgio onde o sonho ganha vida; a magia é um bem estar da alma; a realidade que acontece fora do AP é o momento de colocar em prática a estratégia de vida, proporcionada por esses momentos pensantes do meu refúgio. O AP é uma realidade – uma base de estratégias de vida – e uma ficção que o ser humano gostaria de viver. Eu sou um contemplado da vida, ganhei o bilhete premiado e estou dividindo com vocês. Passo essa experiência, que transformou a minha vida; abasteceu a minha alma; mudou o minha forma de pensar; revestiu meus sentimentos de coragem, libertando-os para melhor aplicá-los no dia a dia. Por isso o título do livro: Coragem, Transformação, Mudança é o Diário do AP.   


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!


Villardo Prior



CAPÍTULO 6

Estive aqui de passagem (17/08/03). O tempo esta encoberto e fazendo muito frio. Não foi possível caminhar, só deu para bater papo com a Carla. O frio com o vento estava cortante. O AP esta com ar de sorriso, se vocês me perguntarem não sei dizer o por quê. Em frente à janela existem duas árvores: a do lado esquerdo eu a batizei de Bebel, esta sem folhas, enquanto o Augustinho, árvore do lado direito, já esta com algumas folhas novas. Elas são ótimas, principalmente no verão, impedindo a incidência maior dos raios de sol. É que a janela do AP é grande, o que dá uma sensação maravilhosa de liberdade, mas convida o sol a entrar com facilidade. Voltei e hoje o dia esta ensolarado. As pessoas estão com semblante alegre, certamente, é a volta do sol. Há dias que o céu não ficava tão azul. O AP esta vestido de alegria, bem estar, felicidade, que tanto me cativa. Sempre penso numa explicação para tanta afinidade, carinho, satisfação quando estou aqui: é a paz de espírito, onde se fala a língua dos anjos, ou seja, é compreendida em todos os cantos da casa. Como diz o Apóstolo Paulo: ...” se eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse amor, nada valeria ...” É verdade, não basta falarmos a mesma língua, pois, se não houver amor no coração, as palavras, as frases, os pensamentos não têm expressão, não tem valor. Não basta na vida sermos conduzidos pelas palavras. Devemos ser conduzidos pelo coração, pela dignidade da alma, pela sinceridade do apoio da sabedoria firmada nas orações do Pai, para nos dar compreensão. Vivo com a vigilância da procura da consciência reta de acertar no alvo do meu caminhar. Que bom estar falando com o transpirar do coração. Fico exposto, sem o pudor da verdade. Como já escrevi: não procure os seus defeitos eles foram eleitos. Sabedor dos meus defeitos – e não são poucos – fica mais fácil falar da sinceridade das emoções. Riscar os defeitos é impossível, por isso, é melhor conviver com eles, não é verdade? O inimigo bom é o inimigo identificado, perto para observação. São as nossas características, nossa personalidade batendo forte em nossa vida. “Você não sabe o quanto caminhei para chegar aqui”... diz a música no rádio. Chegar em qualquer lugar é fácil, chegar em um lugar especial é que é difícil. Assim, estou eu pedindo, na minha peregrinação de pensamentos, que tudo na ilusão desse mundo acabe bem. Com um conceito maior, gostaria de poder melhor me expressar; nem o tudo é o bastante para ser feliz, mas o bastante para se viver feliz é o quanto que o coração precisa. E o quanto o seu coração precisa? Muito pouco tenho certeza. Rasgar a terra para procurar a felicidade não é necessário, pois não se pode abrir o coração de ninguém à força. No peito de quem têm a tristeza adormecida, não há força que possa instalar o sorriso. Um beijo de apoio, um abraço, o segurar a mão de quem precisa de direção, surtirá mais efeito que todo o ouro do mundo.


Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!


Villardo Prior





CAPÍTULO 5

Olá, que bom estou eu aqui novamente. Hoje é sábado, 13 de agosto de 2003, que beleza. O dia esta chuvoso, mas, assim mesmo, dei minha caminhada. Todo dia no AP é especial, e, hoje é super especial, chegou a nova geladeira. Estou, reescrevendo o Diário do AP em 2011, lembrando que a entrada no AP começou como um grande acampamento. Então, tudo tem um sabor de vitória.  A Carla esta aqui, hoje. Fomos jantar fora, e, depois de tanta agitação estávamos cansados. O dia amanheceu com um sol belíssimo e a praia estava com cheiro de vida. Tomei o cafezinho costumeiro. O rádio – Tempe, de temperamental - esta ligado fazendo o fundo musical que faltava. O Tempe só toca quando esta de bom humor. Como relatei no primeiro capítulo, em agosto de 2003, passei a anotar alguns acontecimentos do AP, esse pequeno apartamento, mas de muitas histórias. Os fatos misturam ficção com realidade. Conforme disse: foi do Diário que extrai boa parte dos textos que estão no BLOG. Com o tempo o AP vai se tornar um grande aconchego. Cada dia é dia de crescimento. Mas, para tanto, é necessário estarmos atentos para absorver a sabedoria dos dias. É muito bom ter um momento de reflexão. Viajo para todos os continentes da minha consciência. Que dias podem me premiar tanto? A paz não tem dimensão, ela reserva o carinho do vento massageando a nossa alma. A justiça do beijo dos dias reservados com o brinde da taça cheia de agradecimentos. Neste contexto de obrigado, o significado da vida bate no coração da alma cheia do arco-íris da alegria não tem preço. Então, estou no meu canto espiando o mundo. Esta terra em que me deito e acordo e agradeço.


Esses dias são de grande significados para mim.
São pedaços do bolo de aniversário que a cada dia vou comendo. A cada dia acendo a velinha, canto o parabéns e agradeço.

Tenho que ir embora estou sempre com pressa, para variar. Senão for assim acabo não fazendo o que quero. Pensei em algumas coisas caminhando, hora boa para pensar.   

               
Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!


Villardo Prior




CAPÍTULO 4

Quase não tenho estado no querido AP, que é o meu refúgio para escrever. A vida é assim, de repente ficamos longe de algo que tanto gostamos, valorizamos e sentimos saudade. Estou foliando o livro “O Dom Supremo”, talvez por ter falado dele com um amigo. Lá esta escrito: “Quando eu era menino, falava como um menino, sentia como um menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido”. Como ou quando criança, somos o que somos, sem maquiagem, sem estarmos nos escondendo do que não queremos ser vistos. Quando adulto estamos a nos esconder da verdade que somos ou gostaria de ser. Vivemos a vida de outras pessoas, mas sabemos que ninguém pode viver a nossa vida. Acabamos por nos complicar vivendo o que não somos; vivendo para os outros ou pior, sendo uma sombra de vida. Hoje é um dia como todos os outros, tão importante como tantos outros. Não sentimos esta importância, deixamos de respirar a alegria dos momentos. Deixamos de ser criança, quando tudo nos alegrava, sem restrição. Ficamos vivendo das notícias do dia para “sermos felizes”. A verdade é que somos felizes por sentirmos a alegria que trazemos de dentro e não de fora. Disfarçamo-nos da vida com o que vem de fora, do que acreditamos ser felicidade. Trafegamos por minutos de alegria. O verdadeiro bem-estar da alma vem de dentro da gente, o que vem de fora é confete, perde-se na folia dos dias.   
Fico por aqui, até o próximo capítulo.

Até já meu AP! Abraço a todos.

Villardo Prior.



CAPÍTULO 3

Salve, salve, todo mundo. Hoje é quarta-feira, 20/08/03, descrevo sempre como esta o tempo: o sol esta brilhando e o céu fortemente azul. Antes, porém, falo de ontem, dormi aqui e foi uma noite tranqüila. Dei minha caminhada, apesar do frio, mas deu para respirar aquela beleza, liberdade e fragilidade da vida. Senti a calma, a paz, o silêncio da consciência. Estava ventando e o frio um tanto desagradável. Engraçado olhei para tudo como se fosse a primeira vez. A natureza estava latente. Apesar do frio o sol estava abraçando toda aquela beleza. As aves estavam lá: garças, sabiás, bem-te-vis. Olhei toda a beleza e passei a orar por tudo de bom que vem acontecendo em minha vida. Agradeci as dificuldades, pois é a forma que Deus nos colocou para crescermos. Pensei nos desafios que algumas pessoas estão passando. Orei mais ainda e agradeci novamente. Que lindo dia. Aproveitei e fiquei alguns minutos no sol aquecendo o corpo e a alma. Não estava com a menor vontade de ir embora, assim como estou escrevendo. Não tenho vontade de parar de escrever. O rádio esta tocando, a música invade o AP e ele respira alegria. Penso na vida e sinto saudade de tudo e de todos. Tenho que ir, o dia vai ser ótimo.


Fico por aqui, até o próximo capítulo.

Até já meu AP! Abraço a todos.

Villardo Prior.

CAPÍTULO 2

   
Como disse no capítulo anterior, estarei relatando o DIÁRIO DO AP. Hoje, quarta-feira, dei a minha caminhada junto ao mar. O dia está ótimo. Tomei aquele cafezinho, maravilhoso. O sol esta atravessando as árvores e iluminando o AP, que, como sempre, cheio de charme. Não sei porque – ainda – mas me sinto muito bem, hoje. Talvez o AP tenha boas histórias para contar, pelo menos as minhas são. A minha vida esta entrelaçada com os momentos em que estou por aqui, no AP. São os momentos de esquecimento do mundo comigo. Fico viajando com os meus pensamentos, no silêncio das palavras que vão fazendo barulho no papel. Quando as frases se formam fico analisando as idéias construídas. É interessante como podemos expressar o nosso pensamento em uma simples folha de papel. Paro de escrever e fico admirando aquele pequeno espaço, porém, grande acolhedor de bem-estar, que é o AP. Tudo nele me leva a outros tempos, outros lugares, com uma magia encantadora. Realmente, aqui tudo é mágico, vivo enfeitiçado pelo o lugar. Vou até a estante e pego um dos livros – entre tantos – que gosto muito, é o DOM SUPREMO. Lá esta escrito: “Quando eu era menino, falava como um menino, sentia como um menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido”. Como ou quando criança, somos o que somos, sem maquiagem, sem estar nos escondendo do que não queremos ser vistos. Quando adulto estamos a nos esconder da verdade que somos ou gostaria de ser. Vivemos a vida de outras pessoas, mas sabemos que ninguém pode viver a nossa vida. Acabamos por nos complicar vivendo o que não somos; vivendo para os outros ou pior, sendo uma sombra de vida. Hoje é um dia como todos os outros, tão importante como tantos outros. Não sentimos esta importância, deixamos de respirar a alegria do momento. Deixamos de ser criança, quando tudo nos alegrava, sem restrição. Ficamos vivendo das notícias do dia para “sermos felizes”. A verdade é que somos felizes por sentir a alegria que trazemos de dentro e não de fora. Disfarçamo-nos da vida com o que vem de fora, do que acreditamos ser felicidade. Trafegamos por minutos de alegria. O verdadeiro bem-estar da alma vem de dentro da gente, o que vem de fora é confete, perde-se na folia dos dias.

Fico por aqui, até o próximo capítulo.

Até já meu AP! Abraço a todos.

Villardo Prior.

APRESENTAÇÃO CAPÍTULO 1
A partir de hoje passo a relatar o DIÁRIO DO AP (apartamento), onde a coragem, transformação, mudança impôs uma grande modificação em minha vida. Tudo começa em 6 de agosto de 2003, quando passei a anotar alguns acontecimentos no AP, um pequeno apartamento situado num bairro tranqüilo. Os fatos aqui narrados misturam ficção com realidade. No adorável AP pude colocar meus pensamentos em ordem. Do Diário é que foi extraído boa parte dos textos colocados no BLOG. Então, qualquer semelhança não é mera coincidência. Escrevi muitos textos, com estórias, desejos, sonhos, visão de vida, posições que tomei. São pensamentos que voaram para bem longe das paredes do AP. Mantive sempre uma pequena biblioteca com os meus livros queridos. Assim, nasceu um grande refúgio para escrever e abraçar a paz. Uma afinidade, cumplicidade que até hoje guardo com carinho. Tudo que lá existe tem uma história da minha vida, por isso, o AP é tão especial. 
Abraço a todos, até o próximo capítulo. Até já meu AP! Villardo Prior. Redirecionado - 21/05/11.

O dia de hoje, domingo 28/09/03, o sol estava discreto, mas aquecendo o sorriso da vida. Como já falei do Diário é que nasceu boa parte dos textos que escrevo. Foram momentos relatados em um lugar muito especial, num pequeno apartamento. Atenção: no próximo capítulo será revelado onde esta localizado o AP, não perca! O Diário era para ser um relato descompromissado e tomou outra proporção. Descobri não ser possível falar apenas com a boca, o meu coração acabava se manifestando. E assim, o Diário recebeu a roupagem necessária, a alma do meu coração. Passei a escrever sobre os desafios, as derrotas, as vitórias, os sonhos, as batalhas, a luta diária imposta pela vida. O espírito tomou o corpo do AP e ele passou a ter vida própria, falar com sentimento. Quando fui escrevendo a vida foi se transformando. Estava tomado pelo espírito do AP e a mudança na minha vida foi inevitável. Passei a analisar os acontecimentos com respeito, procurando aprender com as experiências recebidas dos dias. Era uma atenção interessante, oportunidade de conhecer melhor a vida e eu era a cobaia.  A minha vida foi tomando uma direção completamente diferente. Meu espírito vivia em paz, minha cabeça não parava de estudar as horas, transformei a minha vida. A mudança era grande, continua sentia todos os dias, foi a minha revolução. Há muito escrevia continuamente, todavia, agora era uma escrita forte, analisava tudo em meu Diário. Eram os atos, os sentimentos, a minha essência. Fui descobrindo que com essas análises me sentia cada vez mais alimentado, espiritualmente. Passei a desconfiar dos meus próprios textos, que se tornaram compulsivos. Eram feitos todas as formas de considerações sobre os dias que corriam. A minha mão passou a ser instrumento de minha consciência mais profunda ou a de alguém que analisava a vida do mundo. Uma parte de mim relatava apenas o dia-a-dia do AP e a outra parte falava de uma vida cheia de questões profundas, de como se poderia viver melhor. A minha mão passou a ser a minha boca, que não parava de escrever todo o tipo de assunto. Por vezes sentia que minha mão não era mais do meu corpo e sim de outro que caminhava a meu lado e passou a escrever comigo. A transformação, coragem e mudança tomaram meu espírito. Eu não era mais a mesma pessoa! Agora, quando tanto escrevi, analisando os fatos da vida, vejo não ser assim: não posso relatar apenas a parte material do AP. O Diário se transformava num livro contendo lições de vida e eu era o seu relator e sua experiência. Quem escrevia comigo ditava o assunto do dia e minha boca-mão escrevia o que era ditado. Passei a escrever ora como um relato, que era o objetivo, ora com o espírito do coração. Enxergava a vida com esplendor dos sentimentos e com a sabedoria de quem eu me transformava.

Nesse dia escrevi o texto a seguir, que é apenas um trecho:

Final do dia: pare, pense, medite sobre as curvas perigosas do dia, ou sobre as retas onde o horizonte sorri. Retrate um resumo do que aconteceu, pense, medite. Procure melhorar o que aconteceu nas curvas perigosas do dia. É bom avaliar, tente aperfeiçoar, corrija a sua estrada. Cuide de como guia seus pensamentos, não os coloque em risco. Não se choque com os pensamentos contrários aos seus, respeite-os. Pare no bar da reflexão e com calma beba momentos de sabedoria. Não atropele a conversa que terá com suas análises. Lembre do que de bom o dia lhe proporcionou, separe-os. Coloque a cabeça na tranqüilidade dos depoimentos que teve com esses eventos. Assim são os dias que se corre aproveitando o sol e as estrelas, pois quando paramos para pensar enxergamos as boas coisas da vida. Não esqueça: somos os reis do mundo. O nosso reino são as horas; os súditos minutos; os conselheiros segundos. PARAR, PENSAR, MEDITAR, ENXERGAR AS COISAS BOAS, APROVEITE O DIA!

Durante os dias que se sucedem devemos parar e meditarmos. A análise é o complemento do dia trocado em resumo. Pegamos a síntese da prancheta do tempo e fazemos a reflexão. Quanta coisa boa ocorreu. Onde não foi bom podemos estudar e melhorar. Colocamos a sabedoria em prática e concluímos o que é material com a razão. O que for sentimento usamos os cálculos do coração. No final de tudo que meditamos concluímos como um bom mediador. Então, deitamos e dormimos o sono dos justos.



Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!


VILLARDO PRIOR


 CAPÍTULO 22

Domingo, 12/03/03, cheguei às 14 horas, antes fui fazer compras. O AP terá que aguardar a reforma pretendida, surgiu um gasto extra. O importante é tudo funcionar, o resto é maquiagem. Eu gosto dele de qualquer forma. Aqui eu tenho o sabor da liberdade, pensamentos que permanecem ecoando entre as paredes. Aqui muita coisa aconteceu a minha vida mudou completamente. Não dá para esquecer esse lugar. O tempo vai seguir, contudo, na minha cabeça tem um tempo que vai ficar parado. Tempo de muito agito; tempo de muita paz; tempo de muitos sonhos. Não dá para esquecer o AP, meu canto! O radinho – hoje – esta tocando, perfeitamente, será que é por que pensei em comprar outro? Acho que ele ficou preocupado com a aposentadoria. Aqui no AP tudo foi improvisado, até porque tinha, praticamente, ele montado, mas demorei a ocupá-lo. Os móveis que seriam cedidos – e ficaram a minha disposição durante muito tempo – acabei perdendo, foram para outra pessoa, tinha que desocupar o local. Então ficou tudo na base do “oba-oba”.  Vamos às notícias: através da janela vejo o casarão inglês, continua da mesma forma têm muita vontade de conhecê-lo por dentro. Bebel e Augustinho – as amendoeiras - estão bem. Como têm chovido bastante elas estão verdinhas. Ontem um dia atípico, chuva constante e ventos fortes para a minha cidade do Rio de Janeiro. Não deu para dar a caminhada, nem para apreciar o Cristo Redentor, tão pouco o lindo visual da Lagoa Rodrigo de Freitas. O bar que fica embaixo do AP esta calmo, na sexta-feira o agido foi grande. Tudo esta muito calmo, tem hora que é gostoso o silêncio, tem momentos que ele incomoda. Se bem que tenho me incomodado que muito pouca coisa. Na verdade como disse, vim trazer umas compras e mais roupas. Aproveito para respirar a tranqüilidade, então vamos curtir. As vezes fico impaciente por não estar falando com alguém, batendo papo. É que eu gosto – como um bom carioca – jogar conversar fora. Quando fico calado pego e escrevo, assim, falo com o meu mundo virtual. Minha vida tem sido maravilhosa, Deus caminha comigo. Cresço a cada dia, aprendo ou procuro aprender com os acontecimentos. Agradeço a Deus a vida que tenho. Sei que ela sempre vai melhorar, porque eu vou melhorando, também. Como diz a frase: “Palavras podem não dizer o que o coração senti, mas fazem sentir o que o coração diz”. Claro, a minha vontade é ficar contando mais os “devaneios” da minha cabeça. Incrível como tudo esta tudo calmo, pelo menos comigo. Sei que a tranqüilidade depende de muitas circunstâncias para ela se instalar. Acredito ser a compreensão uma delas. O nosso coração pode se agitar ou entender os acontecimentos como digo: Compreensão é o caminho indicado pela bússola do bom senso e da razão onde o equilíbrio de quem houve fala com o coração de quem se expressa. “Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar aqui”.
                 

Abraço a todos, até o próximo capítulo.

Até já meu AP!

VILLARDO PRIOR

Aqui tudo pode ser ficção.